"... And if we can find where we belong. W
e'll have to make it on our own..."

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Olhar crítico sobre a sociedade, criminalidade e globalização.

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Será que com a globalização, a criminalidade acabou aumentando?
Bem, vou explicar meu ponto de vista: De um tempo pra cá, - menos de um século, falo de décadas! - a criminalidade vem aumentando, os crimes se tornando cada vez mais frequentes, cada vez mais doentios. Isso é fato e todo mundo sabe. E por que estou relacionando com a globalização?
Bem, quando uso esse termo "globalização", me refiro a vários fatores que levaram a mudanças na organização social, nas relações afetivas entre as pessoas, nos valores humanos, etc.
Eu certamente - não entendida do assunto, tampouco socióloga - não posso responder a esta questão com clareza, apenas posso expressar minha opinião sobre o assunto.

Primeiro, será que as instituições sociais não estão conseguindo conter a onda de criminalidade que vem aumentando vertiginosamente de algumas décadas pra cá? Será que tais mudanças sociais, de maneira geral, requerem uma reforma no meio de se fazer justiça? Será então que precisamos mudar nossa visão sobre o mundo pra podermos entender questões como esta?
Então entra, inevitavelmente, a questão: Você é contra ou a favor a pena de morte?
Os argumentos a favor são muito bons. São concretos. Teoricamente os resultados apareceriam rápido pois estaríamos "exterminando o mau pela raíz". Certo?
É aí que entra a questão: Será que a pena de morte é a maneira mais eficaz de se fazer justiça? Pense bem, você no lugar de uma pessoa que, por exemplo, perdeu algum ente querido de maneira brutal, após estupro e tortura. Você seria capaz de perdoar o criminoso de seu ente querido? Seria capaz de suportar a ideia de vê-lo caminhando livremente pela rua? Certamente desejarias ver este indivíduo morto e bem morto, não? Seguindo essa linha de raciocinio também penso assim. Parece óbvio.
Mas por outro lado eu acho que as pessoas podem sim ser re-integradas à sociedade, após um processo de tratamento, terapia, prestação de serviços, etc. Acho que as pessoas têm sim direito a uma segunda chance(apesar de que vivendo uma situação como a citada anteriormente, não sei se pensaria do mesmo modo, porém prossigamos). Não seria melhor, pensando de maneira mais humanitária, que o indivíduo receba um tratamento para poder voltar a sociedade melhor do que saiu? E não pior, como costuma acontecer no sistema penitenciário. Não traria algo de bom? Não seria um avanço? Enfim.

E a globalização, em termos de comunicação principalmente, trás alguns fatores interessantes de serem considerados aqui, e relacionados ao nosso tema criminalidade. Hoje em dia temos acesso à informação de qualquer canto do planeta em questão de segundos. Cada vez mais nos modernizamos, cada vez mais estamos próximo(mesmo que a quilometros de distância) uns dos outros. E esses meios de comunicação, que são os principais agentes formadores de opinião, estão nos enchendo a cada dia mais de informação, porém sem nada acrescentar, muito pelo contrário, os exemplos que temos em programas de televisão são degradantes, os valores estão sendo substituídos. O capitalismo transformou TUDO e TODOS em meros produtos. E como tal, usáveis e descartáveis, de acordo com os interesses dos poderosos, dos que têm posses. Poder.

Mas enfim, não vamos aprofundar muito no assunto capitalismo, pois não é o propósito, rs. Mas com isso quero enfatizar que, as pessoas têm cada vez mais rápido acesso a todo tipo de informação, e, na maioria das vezes, sem nada a acrescentar.
Sabemos que historicamente os brasileiros são conformistas. Acredito que grande parte da população é diretamente influenciada pelo que vê na tevê, na Rede Globo por exemplo. E basta ter um pouco de senso crítico e um nível razoável de conhecimento para saber que redes como a Rede Globo são agentes "imbecilizadores" de pessoas, as torna cada vez menos críticas e mais manipuláveis, modistas e supérfluas.
E o que vemos por exemplo na MTV: Os vídeoclipes de hoje em dia, em sua maioria, são uma grande batalha entre pessoas que "cantam" e recebem o nome de artistas, em uma embalagem atraente que os faz parecer bons. Os faz parecer legais. A imagem hoje em dia é tudo. Ninguém é nada sem uma boa imagem. Fato. Mas algumas pessoas, aliás, a maioria das pessoas vai mais além... Bem mais além. Cria toda uma ideologia de vida baseada no famoso "American Way of life" e incorporam personagens, sendo estes protótipos de uma realidade irreal. Pura fantasia, ilusão.
Vamos pegar o exemplo das músicas, dos vídeoclipes. O que vemos hoje em dia basicamente em um vídeoclipe de um artista famoso? Forte apelo sexual, incentivo ao uso de drogas, incentivo à criminalidade e mostra a riqueza material como se fosse Deus: quem a tem estão salvos, estão isentos de qualquer problema, de qualquer preocupação. E além disso, são belos! Possuidores de uma beleza também irreal.
Certo, agora vamos voltar à questão inicial: A globalização influencia na criminalidade?
Será que as pessoas, ao verem tudo isso tão "glamourizado" não se sentem na liberdade de reproduzirem o que vêem, na vida real? Será que consegui ser clara? Conseguem perceber onde eu estou tentando chegar? É nesse sentido, nessa "falta de limites" em que vivemos na sociedade atual, que, em minha opinião, tem influência(e forte influência) no comportamento humano.

E, por fim, será que tudo isso não tem nada a ver e apenas temos a impressão de que hoje em dia acontecem mais crimes do que aconteciam antes, exatamente pelo fato de termos acesso rápido e fácil a informação, e as coisas aparecem mais na mídia, cada vez mais, coisa que antigamente era bem mais precário. E disso podemos concluir que a globalização apenas influencia no nosso modo de VER a realidade e em nossos valores e costumes, mas não no instinto ruim que existe dentro das pessoas? Mais em uma do que em outras, e, em muitos casos, fora do comum, a ponto de nos impressionar, como ainda acontece, embora bem menos do que a anos atrás.

Enfim,
Como eu disse no início, não posso responder a estas questões. Mas convido-os a refletir sobre.
Obrigada e boa noite.


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